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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Definição do termo Missional




Por Everaldo Carlos (27/10/2011)
A palavra missional é um adjetivo de missionário. O primeiro uso da palavra missional foi através do autor W. G. HOLMES (1907, p.687), em seu clássico livro Age Justinian & Theodora II escrito em 1907. O termo missional foi usado pela primeira vez nos escritos modernos pelo Dr. Francis DuBose, em um livro intitulado God Who Sends publicado em 1983. Como Richard Bliese (2006, p. 239) argumenta, falando de igreja e missão, eles criam uma bifurcação, dividindo o que tem que ficar juntos. Para Bliese, isto é a justificativa para o uso "missional" como um adjetivo que descreve a igreja. Ou nas palavras de Van Gelder, o código genético da igreja missional significa que é missionária em sua própria essência. De forma similar, Guder (GUDER, 2008) citando Norman Kraus diz: "A vida da Igreja é o seu testemunho. o testemunho da igreja é a sua vida. a questão do testemunho autêntico é a questão da autêntica comunidade."
Na década de 1990 o termo começou a aparecer em mais em livros como Missional Church: A Vision for the Sending of the Church in North America organizado por Darrel Gruder e também nas obras de Lesslie Newbigin.
O termo não foi cunhado por Darrell Guder, professor do Seminário Princeton, mas isto sugere que este livro, que ele co-escreveu e editou deve ser responsabilizado, ao que parece para a rápida propagação do termo missional em muitos círculos de discussão na igreja da América do Norte.
Guder (1990) e os membros de sua equipe do "Gospel and Our Culture"[1] (O evangelho e nossa cultura “ tradução nossa), no entanto, rapidamente traçaram a história da igreja missional de volta às conversas iniciadas em círculos missionários e ecumênicos na década de 1950, na mesma época que as teorias de crescimento de igreja de Donald McGavran  foram também despertando o interesse entre os evangélicos na América do Norte.
Ed Stetzer (2006), presidente da Lifeway Research[2] distingue a igreja missional de uma igreja tradicional sem o senso de missão. Em uma tentativa de sensibilizar a igreja estabelecida com missões bíblica para trabalhar no outro lado da rua e não apenas em missões além mar. "Missional significa realmente fazer missão onde você está", Stetzer (2006, p. 4) escreve. "Missional significa adotar a postura de um missionário, aprendendo e adaptando-se a cultura ao seu redor, e permanecendo bíblico." Stetzer em seu livro Planting Missional Churches (2006, p.19) condensa a declaração ao dizer: "Missional significa ser um missionário, sem nunca sair do seu código postal." A igreja tradicional tem perdido o lado missional. Tem deixado de lado a sua essência.
Em sua forma mais simples, o termo "missional" é um substantivo de "missionário" modificado para ser um adjetivo. Provavelmente, Francis Dubose (1983)  foi o primeiro que introduziu o conceito em sua obra intitulada, God Who Sends.  Os termos "missional" e "igreja missional" foram utilizados pela primeira vez pelo grupo de missiólogos norte-americanos The Gospel and our culture  liderado por Guder.  Esses líderes da GOCN foram desafiados pelo missionário Leslie Newbigin, que trabalhava com implicações culturais em sua experiência como missionário.
Reggie McNeal (2009) define a igreja missional como o povo de Deus em parceria com Deus na sua missão redentora no mundo, essa é uma grande definição e ela ajuda a igreja praticamente mover-se em direção a esse caminho missionário.
Steve Timmis (2008) descreve a igreja missional afirmando que missão é o propósito principal da igreja no mundo. Timmis (2008, p.63) melhor descreve a prática do ministério missional como "pessoas comuns fazendo coisas ordinárias com extraordinária intencionalidade do evangelho.” Este reafirma como Stetzer e Dodson (2006), missional como encarnação, vivendo o missional intencional, ou seja, ser um missionário de plantão, vinte quatro horas.
Stetzer (2006) ainda diz que as igrejas missionais devem fazer o que os missionários fazem, independentemente do contexto. Deve-se estudar e aprender a língua tornar-se parte da cultura, proclamar as boas novas, ser a presença de Cristo, e contextualizar a vida bíblica e da igreja com a cultura, fazendo isso elas se tornarão igrejas missionais.
Lesslie Newbigin (HUNSBERGER, p. 143) foi um missionário britânico que foi a Índia na década de 50. Quando saiu da Inglaterra, a igreja ocidental, entretanto, se relacionava com a cultura, era o que se chamava de cristandade. Depois de voltar de décadas como um missionário na Índia, percebeu como a civilização ocidental secularizada tinha se tornado paganizado. Ele argumentou que os cristãos no Ocidente deveriam enxergar o mundo como um campo missionário, e que a igreja deve adotar a postura de um missionário de como ela se relaciona com a cultura. As instituições da sociedade cristianizavam as pessoas por meio de estigmatizar toda outra conduta ou crença que não fora cristã. A igreja reunia as pessoas e as desafiava a um compromisso cristão pessoal. Ao estar em uma cultura não cristã não poderiam simplesmente colocar em compromisso as pessoas cristianizadas. Antes, bem deveriam adaptar cada aspecto de sua vida eclesiástica: adoração, pregação, vida comunitária, discipulado a um mundo não cristão.
            Darrel Guder (1998, p. 5) declara que “de acordo de acordo com a igreja missional, os cristãos americanos tinham sido amarrados a um "modelo de cristandade" do cristianismo, onde a igreja focada em necessidades internas e manutenção de seu privilégio cultural na sociedade. Darrel (GUDER, 1998 p.5 tradução nossa) afirmar que:

                                   Bispo Newbigin e outros nos ajudaram a ver que a missão de Deus está                                  chamando e enviando a Igreja de Jesus Cristo, para ser uma igreja                                                      missionária em nossa sociedade, nas culturas em que nos encontramos.                                 Estas culturas já não são mais cristãs.
             
Novas obras em temas relacionados à igreja missional começaram a aparecer nas décadas de 1980 e 1990, mais notavelmente por DuBose e trabalhos de Van Engen e de Darrell Guder em  preparar a igreja para a obra missionária hoje.
            Os colaboradores da igreja Missional enfatizaram que tudo o que a igreja deve ser e fazer é a missão. Segundo Russell Burrill (2009) evangelismo/missão não deve ser apenas um programa da igreja, entre muitos, mas a identidade da Igreja do núcleo como testemunhas enviadas por Deus para o mundo. Os autores de Igreja Missional não foram meramente redesenhando a igreja para o sucesso em nosso contexto de mudança ou que procuram um "método e resolução de problemas", pragmática abordagem ao ministério. Em vez disso, eles procuraram diagnosticar o cativeiro cultural da igreja de hoje, incluindo a sua obsessão com o marketing e técnica. Mais importante, eles pintaram uma visão teologicamente enraizada da igreja como uma comunidade chamada a participar na missão de Deus e para o mundo.
            Newbigin (1989) ressuscitou o termo Missio Dei na década de 1950 em relação a sua eclesiologia missiológica. No livro “The Gospel in a Pluralist Society" o autor (NEWBIGIN, 1989) no capítulo intitulado de "A Congregação como hermenêutica do Evangelho" argumenta meticulosamente que o evangelho é comunicado através principalmente da comunidade que se reúnem, acolhendo as pessoas para suas práticas comunitárias, não primariamente por palavras ou argumentos doutrinários
            Allan Hirsch (2006) afirma que uma teologia missional não se contenta com a missão de ser um trabalho baseado apenas na igreja. Pelo contrário, ela se aplica a toda a vida de um cristão. No livro O Desejado de Todas as Nações, Ellen White (2004, p.195) afirma que todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como missionário. Todo discípulo é um agente do reino de Deus, e o dever do discípulo é levar a missão de Deus em todas as esferas da vida. Somos todos missionários enviados em uma cultura não-cristã.
            Hirsch (2006) continua afirmando que a igreja missional representa uma mudança significativa na maneira como pensar sobre a igreja. Como o povo missionário de Deus, deve-se envolver o mundo da mesma maneira que ele faz, deve-se sair em vez de apenas estender a mão. Quando a igreja está em missão, é a verdadeira igreja.


[1] The Gospel and our culture (O evangelho e nossa cultura) é um movimento que se iniciou no Reino Unido nos anos 80 com a influência de Lesslie Newbigin, desafiando as igrejas do ocidente a se engajarem no maior desafio missionário mais importante do século XX, o encontro missionário do evangelho com a cultura do ocidente. (MOREAU, 2000 p.402 tradução nossa)
[2] LifeWay Research foi iniciado pelo Dr. Thomas Rainer  para a finalidade de auxiliar e equipar líderes de igreja. Seu atual presidente é o autor Ed Stetzer. Para maiores informações visite o site em inglês: http://www.lifeway.com/Article/LifeWay-Research-about-us

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